Bahia caminha para ter maior parque de energia eólica do país
Sexta / 31.10.2014
Com grande importância no crescimento econômico global, as energias limpas vêm ganhando força no mercado. De acordo com Lucas Salgado, consultor da SITAWI – Finanças do Bem, as tecnologias verdes já movimentam um mercado de € 200 bilhões em todo o mundo, deixando o Brasil em quarto lugar no ranking de vendas de tecnologias verdes em relação ao PIB. Com instalações concentradas na Bahia, os parques eólicos são as principais apostas da economia baiana. Neste mês de outubro, a Agência Nacional de Energia Elétrica liberou o início da operação comercial de mais eólicas no sudoeste da Bahia pertencentes a Renova Energia. As EOLs Vento do Nordeste, de 23,5 MW; dos Araçás, de 31,8 MW; Morrão, de 30,2 MW e Tanque, de 30 MW, ficam na cidade de Caetité. A EOL da Prata, de 21,8 MW fica em Igaporã e a EOL Seraíma, de 30,2 MW, fica no município de Guanambi.A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEeólica), Elbia Mello, disse que o interior da Bahia possui ventos de excelente qualidade para a produção de energia eólica: “por causa de seu potencial, a Bahia atrai os olhares dos investidores do setor”.
A Bahia apresenta um significativo potencial de energia eólica, estimado em 14,5 GW para uma altura de 70 m – o que representa 10,1% do potencial nacional e 19,3% do potencial da região Nordeste. O Brasil é o nono país mais atrativo para investimentos em energia renovável, segundo uma nova edição do Índice de Atratividade dos Países para Energias Renováveis, elaborado pela EY (antiga Ernst & Young). A empresa analisa o mercado de fontes limpas em 40 países.
Depois de chegar a 10ª colocação na última edição do levantamento trimestral, o Brasil conquistou mais uma colocação e se consolidou como um dos principais destinos de investimentos do mundo.
Apesar de vantagens comparativas, como um diversificado potencial bioenergético, ventos e radiação solar abundante, o Brasil ainda tem representatividade reduzida devido a inexistência de um arcabouço institucional e regulatório, a baixa competitividade das tecnologias verdes em relação às tradicionais e a dificuldade de acesso a financiamento explicam esse quadro.
Mário Lima, diretor de consultoria em sustentabilidade da EY, acredita que no caso da energia eólica, o executivo aponta que a exigência de elevada porcentagem de conteúdo local para a concessão de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é um grande obstáculo para o desenvolvimento da energia eólica.
Segundo o executivo, esses e outros gargalos logísticos terão que ser resolvidos para acomodar a geração de 22,4 GW esperadas até 2023. (Fonte: Tribuna da Bahia).