Infectologista alerta para os riscos da Chikungunya

Quinta / 04.06.2015

A doença é transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti e Aedes albopictus, porém os sintomas podem perdurar por meses

Há pouco tempo desconhecida dos brasileiros, a Chikungunya não passava de um nome estranho, até entrar na lista das prováveis epidemias nacionais. Segundo o médico clínico geral e infectologista do Hospital da Beneficência Portuguesa, Dr. Luiz Meirelles o potencial epidêmico da doença é grande. "Como a doença é transmitida pelo mesmo vetor da dengue, que se encontra amplamente distribuído, e pelo fato da grande maioria da população ser suscetível, é possível sim que a Chicungunya se torne epidemia e com grande repercussão clínica, pois mais de 70% dos casos são sintomáticos", alerta o especialista.

Muito parecida com a Dengue, Chikungunya apresenta sintomas similares como febre alta, geralmente acima de 39 graus, dores no corpo, náuseas e manchas pelo corpo. "Na fase crônica podem condicionar sintomas incapacitante com dores nas articulações e tendões que tornam a locomoção difícil. Além disso, as formas mais graves são mais frequentes em pacientes com diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e em pacientes acima de 65 anos", explica Meirelles. Apesar da semelhança, a Dengue é mais crítica, na fase aguda, e mais letal que a Chikungunya.

O médico ressalta que a capacidade de transmissão de ambas as doenças é grande no Brasil. "Os mosquitos transmissores da Dengue e Chikungunya são o Aedes aegypti e Aedes albopictus, eles estão amplamente distribuídos no território nacional e em São Paulo, em particular. É um mosquito que pica durante todo o dia, mas pode também se alimentar à noite". Segundo ele, as medidas de prevenção são as mesmas que as da Dengue: evitar o armazenamento de água em recipientes abertos, tomar cuidado com descartes de materiais que possam coletar água e utilizar repelentes. Ainda não há vacina eficiente.