Maior produtor brasileiro de coco, Bahia sofre com concorrência de produto importado

Quarta / 29.07.2015

Por Viviane Cruz

Atualmente, a importação de coco ralado representa mais de 50% do consumo nacional do produto (Foto: Aurelino Xavier)

A Bahia é o maior produtor de coco do Brasil, com produção estimada em 554 milhões de frutos/ano, mas essa cadeia vem sofrendo graves prejuízos, causado pela concorrência predatória dos produtos importados (água de coco e coco ralado) oriundos principalmente do continente asiático. Segundo informações do Sindicoco, atualmente as importações de coco ralado representam mais de 50% do consumo nacional do produto. Diante disso, o Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil (Sindicoco), encaminhou documento, ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) relatando o problema, e solicitando a defesa do produto nacional, através da recriação do Padrão de Identidade e Qualidade para o coco ralado; a exigência de que esse produto apresente certificado que foi processado em obediência às boas práticas de fabricação, as quais é submetido o produto brasileiro, e a manutenção do imposto de importação com tarifa de 55 %.

  “A invasão desses produtos sem os devidos cuidados representa riscos para a cultura e para os consumidores, além de expor o segmento à ação dos especuladores, que visam derrubar o preço do produto nacional, sem gerar nenhum benefício para o consumidor”, destaca o secretário da Agricultura da Bahia, Paulo Câmera. Ele ressalta que a cultura do coco tem apelo socioeconômico importante, principalmente no Nordeste do País, região que concentra maior parte da produção, visto que mais de 90% é realizada por pequenos agricultores, envolvendo mais de 220 mil pessoas. “A Bahia, por exemplo, lidera a produção de coco no Brasil, com área plantada de 75,8 mil hectares. É preciso salvaguardar estes produtores”, disse.

 Para a importação da água de coco, os produtores pleiteiam a criação de uma Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) específica; a exigência de que a água de coco importada apresente certificado, e também seja processada em obediência às boas práticas de fabricação.