Sertão Hoje

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Governo deve quase R$ 4 bilhões a empresas que fazem obras do PAC

Sexta / 19.02.2016

Por Redação Sertão Hoje

Levantamento da TV Globo junto a entidades ligadas a empresas contratadas para obras do PAC chegou a um número preocupante.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi a peça central da propaganda política do governo, mas era para ser também peça central disso, de crescimento. Mas, sem dinheiro para pagar empresas contratadas, o PAC virou exemplo central de atraso e falta de infraestrutura. Um levantamento feito pela TV Globo junto a entidades ligadas a empresas contratadas para obras do PAC, a ONG Contas Abertas, chegou a um número preocupante. O governo virou o ano devendo R$ 5,6 bilhões a essas empresas. Neste mês pagou R$ 1,8 bilhão. Restam quase R$ 4 bilhões. São obras e serviços que o governo já reconheceu que tem que pagar.  Grande parte desses valores em débito são para obras de rodovias, como acontece no Sul e no Sudeste.

A BR-116 é uma das rodovias mais importantes do país. A duplicação no Rio Grande do Sul faz parte do PAC, é um trecho de 207 km. Metade foi concluída. Na outra parte a maioria dos lotes parou. Onde tem obra, o ritmo é lento. É raro ter máquinas na pista. O principal motivo, segundo o sindicato da indústria da construção no estado, é o atraso no repasse de recursos por parte do governo federal. A BR-381 Norte, em Minas Gerais, tem tráfego tão intenso e tantos acidentes que é conhecida como "rodovia da morte". Dos mais de oito lotes da obra de duplicação apenas um está em andamento lento, mas não parou. É um trecho de pouco mais de 30 km de Caeté a Itabira. A previsão é concluir no ano que vem. Mas, como já está com atraso no pagamento, o receio é que nem esse trecho fique pronto. Quem passa por lá já percebeu que o ritmo da obra mudou bastante.

O Dnit, responsável pelas obras, disse que o consórcio que está fazendo o lote da rodovia em Minas, fez 20% das obras e pediu revisões que estão sendo analisadas pelo órgão e que, como a lei orçamentária foi publicada em janeiro, está em fase de programar e dividir os recursos para este ano. A ONG Contas Abertas fez um levantamento dos restos a pagar que vão passando de um ano para outro nos últimos oito anos. Chamou a atenção que, nesse período, e em especial de 2014 pra cá, aumentou bastante o valor das dívidas reconhecidas pelo governo federal. Elas cresceram 43% desde 2014 chegando a R$ 48 bilhões nesse começo de ano.

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