Sertão Hoje

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Ricardo Stumpf

Ricardo Stumpf é graduado em Arquitetura, com especialização em Desenho Urbano, Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia e especialização em Lingüística: leitura e produção de textos pela Universidade do Estado da Bahia (2007).

O crime no poder

O pior na situação política do Brasil é que as pessoas ainda não perceberam o que está acontecendo. Quem apoiou o golpe contra Dilma ainda acredita que o juiz Sérgio Moro e sua "Operação Mãos Limpas", vá acabar com a corrupção, sem perceber que por trás dele há uma imensa operação de desestabilização do Brasil, para impedir que a gente cresça e se torne um país sério.

Isso no jargão da CIA, que é a maior organização terrorista do planeta, significa criar o caos, para poder entrar com o poder militar norte-americano e dominar tudo. E para obter seus objetivos eles não tem limites éticos. São capazes de promover as maiores atrocidades, patrocinando grupos terroristas como o Exército islâmico, para aterrorizar populações inteiras, deixando-as à mercê de seus planos.

Do outro lado, a esquerda ainda acredita, ingenuamente, que o golpe de 2016 foi perpetrado pela direita neoliberal, para implantar seu modelo de privatizações e acha que pode reverter tudo com a eleição de Lula ou de Ciro Gomes em 2018, sem perceber o elo entre o governo Temer e as organizações criminosas que vão estendendo seus tentáculos sobre o país, não hesitando em comprar deputados, senadores, juízes ou até mesmo derrubar o avião de um ministro do Supremo Tribunal Federal, se for preciso, como disse Aécio Neves, numa famosa gravação interceptada pela polícia Federal e amplamente divulgada pela mídia, mandando matar quem estiver atrapalhando.

Aliás, o senador mineiro derrotado nas urnas em 2014 parece ser um dos chefes do cartel criminoso que assaltou o poder, pois nada acontece a ele, mesmo se um helicóptero cheio de cocaína, de um colaborador seu for pilhado no aeroporto que mandou construir com dinheiro público em terras particulares de sua família, para receber as drogas que trafica.

O Rio de janeiro é o retrato do Brasil do futuro: um estado dominado pelo crime.

Os americanos, precisando impedir o avanço da esquerda na América Latina, não tiveram escrúpulos em ajudar essa gente a tomar o poder, para assaltar nossas riquezas. A fórmula é a mesma: semear o caos para colher dividendos políticos e econômicos e depois entrar com suas tropas.

Temer é o representante escolhido por eles para governar, o melhor que eles dispunham na ocasião para abrir a porteira e deixar passar os bandidos. Não interessa à esse "governo", sócio do crime, privatizar nada, só o que interessa são as propinas milionárias, bilionárias, que vão criando os novos barões salteadores brasileiros, sócios do caos que vai se espalhando rapidamente pelo território nacional, acobertado pela mídia, também criminosa que insiste em dizer que a economia está "se recuperando" e que novos empregos estão sendo criados, enquanto os direitos trabalhistas vão sendo rapidamente dilapidados, o patrimônio construído há décadas pelo esforço do povo brasileiro vai sendo dilapidado e prepara-se a volta escancarada da escravidão, num cinismo sem precedentes.

Achar que Lula ou até mesmo Bolsonaro, vão mudar alguma coisa é de uma ingenuidade cruel. As eleições de 2018 estão sendo colocadas à frente dos brasileiros como aquela cenoura que penduram na frente do cavalo para fazê-lo andar, mas que ele nunca alcança. Uma ilusão para nos manter conformados.

Quando chegar a hora, e dependendo das necessidades, não hesitarão em mudar as regras para garantir que continuem a controlar tudo, a dominar tudo, como têm conseguido até agora.