Sertão Hoje

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Raimundo Marinho

É natural de Livramento de Nossa Senhora, bacharel em Comunicações e em Direito, pela UFBA, atuou durante 13 anos em A Tarde e é autor de livros como: Como fazer um Banco de Cliente, Livramento é de Nossa Senhora, Hora do Ângelus, Trajetória e A vítima e o princípio da celeridade processual. Administra o site mandacarudaserra.com.br.

O povo tem o governo que elege!

Só Deus pode dar certeza sobre fato a ocorrer no futuro, mas há circunstâncias que permitem reunir elementos de convicção para uma previsão minimamente segura, como se verifica na eleição presidencial deste ano.

A menos que ocorra uma ruptura da normalidade, o deputado Jair Bolsonaro está virtualmente eleito, gostemos ou não. A meu ver, sua candidatura já nasceu definida, pela insatisfação majoritária dos eleitores.

Julgando-se maltratada, essa maioria atirou-se nos primeiros braços que lhe surgiram como uma válvula de escape, escolha pinçada de um universo amplo de 13 candidatos, em que Bolsonaro sempre liderou.

Não acredito que, eleito, ele governará da forma atabalhoada com que fez a campanha eleitoral, salvo se passar por cima das instituições, o que seria uma etapa histórica a ser enfrentada ou sofrida pelos brasileiros.

É nesse ponto que se fixa a narrativa do adversário, Fernando Haddad, em quem também se enxerga riscos graves, como o viés ideológico do seu grupo, tido como marxista, disfarçado de socialismo de esquerda.

Mas a profundidade dessas questões, de um lado e do outro, foge à compreensão e interesse da massa, que vota pensando mais em imediatismos, tipo “bolsa-família”, “cotas educacionais” e outras “migalhas”.

Não sei se pelo Plano de Deus ou resultado antropológico, o militar beneficia-se da indignação de quem é contra o saque à Nação e da insustentabilidade do substituto de Lula, que usa marketing eleitoral enganador.

Fernando Haddad teria a tarefa impossível de fazer migrar votos ou levar pelo menos 20% dos votos perdedores, mas perde tempo em tentar desconstruir o histórico que viabilizou a candidatura do militar.

Diante desse quadro, defendo que, numa democracia, há que se respeitar as decisões por vontade majoritária, prevalecendo, sem tutela, a liberdade diante das urnas. O povo tem o governo que elege!