Sertão Hoje

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Padre Ezequiel Dal Pozzo

Padre Ezequiel Dal Pozzo é cantor e compositor, lidera o Projeto Despertai para o Amor, de evangelização através da música. Já lançou 5 CDS e 1 DVD e roda o Brasil com shows musicais, palestras, missas e pregações. Apresenta o programada de rádio reflexão Despertai para o Amor e o programa de TV Despertai para o Amor. É editor da Revista Despertai para o amor e autor do livro "Beber na fonte do amor”.

Deus sofre por nós?

O Deus amor quer nos encontrar. Ele sabe que no encontro com Ele seremos mais inteiros, nosso coração será mais feliz. Deus não é um Deus impassível, frio e sem sentimento. Poderíamos pensar que Deus se basta a si mesmo, uma vez que Ele é infinito, perfeito em si mesmo e ilimitado. No ilimitado, no perfeito não há carências, não há sofrimento. Como então dizer que Deus sofre? Poderá sofrer? Só na perspectiva do amor se entende isso. O amor nunca se basta a si mesmo. Ele possui o dinamismo da saída para o encontro com outro. O amor ama. Ama algo ou alguém.        Precisa sair do círculo fechado do si mesmo. O que é puro amor, mais ainda, tem necessidade de saída, do outro. Do encontro com o outro. O amor humano é misturado com egoísmos, inconsistências e fraquezas. Nesse sentido, o amor humano por vezes se perde e permanece em fechamentos, pode tentar se fechar em si mesmo, isolar-se. Isso não ocorre com Deus que é puro amor, livre de qualquer egoísmo ou fechamento, pela própria natureza  e decisão desse amor.

Se o amor quer sempre encontrar o amado, Deus sofre nossas demoras. Sofre pacientemente. Espera nossa volta. Está sempre aguardando uma oportunidade de encontro. Não se afasta do amado. Nós podemos não querer sua presença, por isso impossibilitamos o encontro que Ele quer conosco.

A falta não está na natureza do seu amor mas no outro que não acolhe. Em Deus há um amor perfeito, infinito, puro e completo. Olhando o amor em si mesmo poderíamos dizer que nele não há sofrimento. O amor em si mesmo não sofre. Seu sofrimento está não na falta que há nele mesmo, mas na falta do outro, diferente de si. Como está sempre em saída, esse amor, quer encontrar o outro, o diferente de si. O amado que possa amar, fortalecer e realizar. Quando o ser humano decide não se deixar amar, então Deus sofre. Sofre nossas demoras e fechamentos. Sofre nossas ausências. E o fechamento do ser humano pode ser tão radical a ponto de ser por toda a vida e até a eternidade. Aqui está a seriedade da liberdade. As decisões livres do ser humano tem tamanha força que poderão afastar eternamente a pessoa de Deus. O ser humano, se quiser, pode permanecer longe do amor de Deus e, nisso, Deus sofre.