Grande cesto de vime com duas alças para frutas, louça, roupa etc. (Var.: panacum). Essa é a definição presente nos dicionários. Geralmente são colocados dois panacuns nos lombos dos animais a fim de transportar além do que consta na sua definição, muitos outros materiais, inclusive crianças e, aqui, na Bahia se vê em lombo de bois. Mais para o nordeste brasileiro, esse cesto é confeccionado de outro material e tem as mesmas funções só que lá é transportado apenas em lombos de jegues e é chamado de jacá, cuja definição nos dicionários aparece a seguinte: espécie de cesto em que os animais transportam carne, peixe, rapadura, farinha etc.

Com o passar dos anos, nós, humanos, começamos a encher os panacuns ou jacás lentamente, na maioria dos casos, no entanto, em alguns o enchimento é de forma abrupta. Eles vão sendo enchidos não por materiais que os dicionários trazem em suas definições, mas pelo desgaste natural da máquina que nos sustenta.

A falta da graxa que lubrifica e tonifica o corpo humano vai aparecendo e as engrenagens começam a falhar, geralmente vem uma dorzinha ou um incômodo e quando se vai investigar é falta de tonificante, excesso, ou, ainda, outras causas que nós leigos não entendemos, mas o diabo da dor ou do incômodo não nos larga e vão enchendo nosso panacum com enfermidades.

O danado é que todas as partes do corpo vão sendo afetadas pela falta desses tonificantes e tanto a cabeça, como o corpo e os membros apresentam problemas por conta do desgaste natural e, assim, mais e mais ingredientes indesejados são postos nos panacuns que vão se enchendo e pesando sobre nossa qualidade de vida.

Toda e qualquer enfermidade no idoso tem repercussão maior do que a mesma enfermidade em um jovem. Por exemplo, um ferimento pequeno na perna, um jovem, com uma semana ou menos, está curado, enquanto o idoso, toma uma série de medicamentos, passa um sem número de pomadas e sprays, ainda assim, há uma demora significativa para a cicatrização completa e depois o tratamento pós cicatrização continua.

Amigos, idosos, temos de ter tranquilidade com esse panacum de doenças que carregamos, faz parte do processo, pois não há receita para a idade chegar e a máquina não estragar. Saber conviver com as doenças, com a ciência dos médicos e uma rearrumação do estilo de vida podem nos ajudar a viver bem conforme nossa idade. Toda e qualquer doença é ruim, não há doenças melhores ou piores, cada uma tem de ser tratada individualmente, algumas podem estagnar, outras até debelar e infelizmente há umas que nem reza de santo faz ela parar, só avança, mas é bom saber conviver com todas elas, nada de desespero, pois causa menos sofrimentos enfrentá-las com sobriedade.

Amigos, idosos, o importante é chegarmos a essa idade e buscarmos viver com alegria, viver com otimismo, pois nada, nem panacuns cheios de doenças, podem nos roubar a alegria de viver, afinal a longevidade é privilégio de poucos. Vivamos com alegria até, até.......