Sertão Hoje

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Colunistas

Moacir Saraiva

Professor do IFBA/Valença - Escritor e Acadêmico da Academia Valenciana de Educação, Letras e Artes Email: [email protected]

A QUEDA DA GIGANTE

No mundo, há algumas pessoas que são fortes, tendo um corpanzil fora do normal, por terem nascido assim, ou através de remédios e exercícios. Há outros que não têm o físico avantajado, mas têm um raciocínio lépido e uma inteligência brilhante e tanto alguns daqueles como alguns destes se acham poderosos e tentam tripudiar sobre aqueles que vivem em seu entorno. O mal destes “fortes” é achar que os demais são fracos ou de corpo ou de inteligência, entretanto nas estradas por onde andam, acham outros que os fazem fracos, constatando que a arrogância e a prepotência alimentam o ego de alguns, mas esbarra na sabedoria. O exemplo emblemático é de Davi e Golias e outros fatos da humanidade mostram que nações extremamente fortes e que se achavam “donas do mundo” sucumbiram devido à sabedoria de outros povos. Os ditos gigantes caem porque lhes falta sabedoria e pensam serem os donos da verdade e se acham  superiores e incaíveis.

            Da mesma forma, algumas pessoas tripudiam da natureza e a enfrentam como se ela não existisse, achando-se soberanos e a ela não respeitam. Quando o assunto é alimentação aí se vê nações inteiras sofrendo conseqüências que levam à morte precoce ou a enfermidades, apenas porque a população se acha forte suficiente renegando totalmente os limites do próprio corpo.

            Iniciamos uma viagem, um grupo de quatro pessoas, havia uma sujeita grande, forte, e espalhando alegria durante o tempo todo. O ponto de chegada era distante, e ao chegarmos a uma lanchonete, muito organizada, ampla, bem confortável, paravam vários ônibus e carros pequenos faziam fila pela qualidade dos produtos que ali eram servidos. A amiga não titubeou e pediu um pastel de queijo, quando vimos o bicho,  falamos que seria indigesto, pois vimos que a gordura  sobressaia, mas ela simplesmente não nos ouviu, indo além, dizendo que o importante é que estava com a cara boa e um pastelzinho daquele não iria causar nenhum dano a ela, pois era uma mulher forte e sadia.

            O carro seguiu viagem e ela começou a mudar imediatamente, deixou a alegria de lado, respondia só aquilo que se perguntava. Percebemos a mudança no comportamento, ela começou a amarelar e falando que não estava bem, soando frio e ela pediu que o carro parasse. Ao sair chamou por Raul, várias vezes, vomitando incessantemente. Retomamos a viagem e ela não mudou o comportamento, suando frio continuava e até outra parada forçada, se distanciou e novamente chamou por Raul.

            Ao voltar, ao veículo,  com o semblante melhor, veio alegre e falou:

            - O último  pedaço da peste do queijo foi embora, agora estou boa.