Sertão Hoje

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Irlando Oliveira

Irlando Lino Magalhães Oliveira é Oficial da Polícia Militar da Bahia, no posto de Tenente Coronel. Possui especialização em Gestão da Segurança Pública, pela UNEB; Direitos Humanos, pela Faculdade Dois de Julho; e Programa de Desenvolvimento Gerencial Integrado (PDGI), na área de Gestão de Segurança Pública, pela UNEB e Fundação de Administração e Pesquisa Econômico-Social (FAPES).

Uma sociedade refém do mal

A cada dia que passa sentimos o quão difícil tem sido viver neste mundo. Se por um lado os avanços da tecnologia e da ciência nos favoreceram, propiciando-nos conforto e bem-estar, por outro perdemos drasticamente, na medida em que vivenciamos momentos de tensão, medo e angústia, considerando a violência que permeia nosso dia a dia.

Mas será que deveremos ficar eternamente reféns do mal? Daqueles que usurpam aquilo que nos pertence, conquistado com nosso suor, simplesmente porque não encaram os desafios da vida? Ou porque "não tiveram oportunidade"? Inadmissível a situação vivenciada por nós, que temos ou buscamos ter uma vida digna, ante aqueles que se comprazem com o mal. Será que eles são, em quantidade, mais do que nós? Não acredito! A verdade é que vivemos em "guerra", tentando, a todo custo, nos livrar desses que compõem a escória social!

O nosso sistema penitenciário não cumpre o seu real papel. A impunidade grassa em nosso país, estimulando o mal a continuar com suas mesmas práticas, a cada dia nos oprimindo. Até quando?

Não será, absolutamente, uma personalidade, uma pessoa, que irá mudar esse quadro, mas sim um novo sistema de defesa social, mais rígido, um tanto inflexível, através do qual cada pessoa má possa ser chamada à responsabilidade pelos seus atos. Há indivíduos que são, por assim dizer, irrecuperáveis! É preciso dizermos isso!

É chegada a hora de mudanças drásticas! A começar pelo nosso ordenamento jurídico, como forma de combatermos efetivamente o mal, a maldade. Basta dizer que o nosso anacrônico código penal vige há mais de sete décadas, tempo suficiente para avaliarmos que nossa realidade difere, e muito, da época em que ele foi instituído. O que vemos na atualidade são instituições integrantes desse nosso sistema de defesa social que tão-somente têm "enxugado gelo".