Em meio a enxurrada de notícias ruins vindas da política nacional ultimamente, ou desde sempre, certas coisas passam em branco se não sou eu e outros filhos de Deus para lembrar a todos que não, o mundo ainda não acabou aqui no Brasil. Temos pessoas obstinadas, verdadeiros heróis que não pensam duas vezes antes de sacrificar sua vida pessoal em favor da coletividade.

E são políticos os tais heróis da pátria que agora destaco. Homes e mulheres que da vida outra coisa não fazem se não política. Aliás, no caso, ex-prefeitos, todos eles. Vejam que já não é pouca coisa, essa gente briosa veio de um sacrifício reconhecido, exercer a função de prefeito municipal, e agora aqui estão em mais uma demonstração de desapego, de pura virtude, de vontade de servir ao próximo.

É ou não é para recobrar a confiança em nosso destino? A depender de gente como a que logo nominarei estamos salvos. Sim, existem destes dentre nós os que estão sempre prontos ao sacrifício em nome da coletividade. Pense bem, se o amigo leitor ou a leitora gentil e graciosa tivessem já exercido o duro ofício de ser prefeito, fosse agora ex-prefeitos, não iriam querer apenas descansar sobre os louros conquistados?

Mas estes aqui, não. Mal deixaram a estafante função de alcaides eis que foram chamados à luta, desta feita para servir na Superintendência de Desenvolvimento Científico do Estado da Bahia (Secti). São eles, esses abnegados, o ex-prefeito de Caetité, José Barreira de Alencar Filho (PSB), nomeado coordenador da Diretoria de Políticas e Programas; João Hipólito, que comandou Abaíra, nomeado coordenador da assessoria de Planejamento e Gestão e Karina Borges Silva, ex-prefeita de Amargosa, nomeada coordenadora da Diretoria de Infraestrutura para o Desenvolvimento Científico. Em comum, além do espírito público aqui exaltado, todos pertencem aos quadros do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que coincidentemente indicou o titular da SECTI, José Vivaldo Mendonça.

E antes que as ínguas maledicentes chamem de boquinha ou outro termo chulo as nomeações em comento, digo logo que a remuneração do cargo é de R$ 3,7 mil, mais gratificações, o que, convenhamos, para ex-prefeitos, é um reles pixuleco. Então, se não é por dinheiro, embora não tenha ficado claro quais são as tais “gratificações” inerentes aos cargos, suas excelências apenas querem, ao topar mais este sacrifício, servir ao distinto público, sacrificam-se pois...

Até aqui tudo bem. O que me encafifa mesmo é saber quais as qualificações levaram os nossos heróis a postos tão vinculados a um saber que eles não demonstraram ter no exercício do espinhoso cargo de prefeito. Não que soubéssemos nós, mortais comuns. Mas quer saber? Gente assim, abnegada e plena de boas intenções é capaz de prodígios e por certo nos levarão, agora todos os baianos, a um novo patamar de desenvolvimento científico e tecnológico. Em outras palavras: agora vai!