Sertão Hoje

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Colunistas

Dário Teixeira Cotrim

Membro da Academia Montes-clarense de Letras e dos Institutos Histórico e Geográfico de Montes Claros (MG), de Feira de Santana (BA) e da Bahia. Dário também é sócio correspondente da Academia Caetiteense de Letras.

PAVILHÃO 6

No Pavilhão 6, do Complexo Médico-Penal de Pinhais, no Paraná, está faltando uma pessoa que é bastante querida entre os que ali estão. É uma baita de uma injustiça o que a Polícia Federal está fazendo com os internos do Pavilhão 6, privando-os do convívio do fiel amigo. Como sempre, a edição 2460, da revista VEJA, denuncia esse descaso, lembrando-nos que a presença do melhor amigo no pavilhão será benéfica para os inquilinos – José Dirceu, preso nº 119.526; João Vacari Neto, preso nº 116.226, Marcelo Bahia Odebrecht, preso nº 118.065 – que estão ali, solitários, tristes e amargurados, com tanto dinheiro para gastar e impossibilitados de assim fazer.

O companheiro Lula da Silva sabe que é preciso visitar os amigos no Pavilhão 6. Mas, e o medo de ir lá e por lá ficar por um bom tempo. Certamente que os inquilinos daquele pavilhãosaberão entender o motivo real, do porque o Lula ainda não apareceu com a cara de bons amigos. É uma questão de tempo. Veja Lula que interessante esta narrativa de Robson Bonin: “são quase seis horas da manhã. Sete graus. O dia ignora o verão. O interno 118.065, bilionário. Herdeiro do maior império de construção pesada no país, escorrega para fora do colchonete raso, pisa descalço no chão gelado da cela 604 e, rispidamente, lava o rosto na água do tanque. Os companheiros de cela ainda dormem. Logo, ele, os outros quinze presos da Operação Lava-Jato e os detentos do Complexo Médico-Penal de Pinhais, perto de Curitiba, vão ser sacudidos pelo toque de despertar. É a vida no Pavilhão 6...”

Provavelmente que o Lula não sabe – pois ele nunca sabe de nada – mas no Complexo Médico-Penal de Pinhais ainda estão: Otávio Marques de Azevedo, preso nº 118.064; Renato de Souza Duque, preso nº 114.380; Jorge Luiz Zelada, preso nº 118.981; Pedra da Silva Corrêa, preso nº116.227; André Luiz Vargas, preso nº 116.224; José Luiz Correia, preso nº 116.225 e umalista denomes com mais de légua e meia. São os amigos e os companheiros de Lula no PT.Portanto, apenas para contribuir, fica aqui uma sugestão para o Léo Pinheiro, então presidente da construtora OAS, dele mandar construir no Complexo Médico-Penal um Pavilhão Tríplex para abrigar Lula e seus dois mimados filhinhos. E, também, como contribuição necessária à Polícia Federal, eu sugiro que o prisioneiro Lula tenha o nº 121.171. Bonito, não é?

Varo leitor, você sabe por que eu estou escrevendo esta crônica na gozação? É porque ninguém quer levar a sério este país. Uma vergonha! As coisas acontecem e o povo nunca se manifesta. No carnaval uma multidão de gente nas ruas, no desfile de gays, outra multidão de gente nas ruas, na corrupção política, nada, ninguém nas ruas. Uma vergonha! Em vista disso disse o grande mestre Rui Barbosa:“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.