Sertão Hoje

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Aurélio Rocha

brumadense, paramiriense e caetiteense, Aurélio Rocha é médico, formado pela UFBA, turma de 1963. É professor Titular de Ginecologia-Obstetrícia da Faculdade de Itajubá-MG

PROFESSORES EM GREVE!

É a noticia que chega rápido pelos meios de comunicação: há mais de 40 dias os professores da rede de ensino de São Paulo estão em greve por aumento de salários e reivindicam só mais 75% de aumento. E o movimento tomou corpo, ganhou as praças e o que não se esperava – tratando-se de professores, educadores – se registrasse o verdadeiro exemplo de vandalismo na tentativa dos grevistas desejando entrar na sede da Secretária da Educação. Nada a fazer lá dentro (assim pensa “o míope”) e muito menos professores grevistas não precisariam se FANTASIAR DE BANDIDOS para quebrar vidros e portas da instituição. Foi, sem duvida alguma, um registro deprimente aqueles mascarados com barras de ferro e tentarem o “arrombamento” e quebrando bem público que custa sua manutenção, o NOSSO DINHEIRO, a esta altura pelos MESTRES PROFESSORES que perderam o rumo e daí as mascaras pretas usadas pelos malfeitores quando vão arrombar cofres...

Ser PROFESSOR é “coisa diferente dos demais viventes” e assim se expressava, lá pelos idos dos anos quando fazia o ginásio, a professora Helena Lima Santos. No Brasil já virou “Questão pétrea” (é assim que “o míope” se expressa) professor ser mal remunerado. A Educação – embora agora a atual Presidente afirme que temos “Pátria Educadora” – sempre foi olhada em segundo plano, no mínimo. A estatal, bem entendido, com raras exceções “existem estatais de ponta.” Isso do primário à Universidade. No Brasil nunca se fez muita questão em colocar a profissão de PROFESSOR em patamar de destaque como aliás fez a Coréia do Sul adotando a causa como primordial e hoje é exemplo para o mundo e a sua Presidente de “olhinhos nipônicos” observavam Brasília na ultima semana, em visita oficial ao Brasil.

Mas há que se notar mais um lado negativo da greve dos professores em São Paulo. A classe – vamos dizer assim – reivindicará há mais de 40 dias parados, um aumento salarial de 75%. O governo alega, e não se pode contestar, que no momento é impossível ainda mais levando em consideração que o aumento do último ano foi de 43%. Há que se destacar que há professores com jornada de 12 e até 40 horas semanais, prontos a serem considerados em qualquer negociação. Não vamos discutir (assim fala “o míope” os tetos de salários apenas para “alumiar ideias” chama a atenção o “Robi” com anotação em punho: um professor no Estado de São Paulo para 12 horas semanais ganha em torno de R$ 2.725 reais sem diploma superior, quantia que vai para 4.416,00 se jornada de 40 horas. Não cabe agora discutir se o teto é ou não bom ou ruim mesmo porque jamais o salário será considerado “justo”. Também fazer comparações com outras profissões não merece, no momento, se abordar. Fato concreto: o Estado de São Paulo, estamos a falar “SP”, não suportaria mesmo que em caráter escalonado (opinião dos entendidos) conceder o solicitado aumento de 75% pleiteado pelos grevistas. Afinal são só em torno de 230 mil professores no Estado. São Paulo pode ser um Estado considerado “top de linha” mas na conjuntura do momento que o país atravessa nos parece fora da mira racional.

Se poderia continuar com o encontro dominical mas o terremoto lá no Nepal jogou um balde de água gelada em nossas mentes que procuram entender o vulcão do Chile que estava adormecido há 54 anos e agora joga suas cinzas e larvas como se em fúria e lá longe, o terremoto que não se sabe quantos morreram mas a destruição dos patrimônios históricos não serão recuperáveis. Afinal uma edificação que há mais chance de reconstruí-la. Houve silêncio durante todo o almoço. Tristeza mesmo!