Sertão Hoje

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Colunistas

Aurélio Rocha

brumadense, paramiriense e caetiteense, Aurélio Rocha é médico, formado pela UFBA, turma de 1963. É professor Titular de Ginecologia-Obstetrícia da Faculdade de Itajubá-MG

“MACÉRRIMAS” E PARTO

Já se perdeu no tempo o dia em que – em conversa com o velho pai Aurélio, lá no Paramirim – usei a palavra “macérrimas” no lugar de “magérrimas” que quer dizer o mesmo em relação ao grupo de vacas estacionadas no quintal. As vacas, embora vivas e em pleno período de seca (o que não é raro é bom que se diga) estavam MAGRAS que se sentia pena... O “velho” não perdeu tempo e disse “que na realidade se usava magérrimas e que o termo macérrimas para ele era novo mas se achava no dicionário poderia então ser usado embora com relação de um certo grau de esnobismo do falante”... “Não calculo o tempo mas com a mania de ler jornal (e jornal não irá desaparecer apesar da tal internet) eis que o articulista do “escol” Hélio Schwartsman fez um texto com o título “Vacas macérrimas”. Magro, magra é uso cotidiano; “macérrimas” em relação às vacas também e graças ao artigo publicado na “Folha de São Paulo” fiz um retorno ao tempo e através de “um túnel que criei, exclusivo” fui encontrar com “o meu velho, lá atrás” e assim mantendo vivas as lembranças guardadas lá dentro...

Mas hoje é domingo, dia de encontro com “os bigs gins da vida” e “o míope” chega logo com a última edição do jornal do Conselho Federal de Medicina (CFM) que trás uma ampla matéria sobre o PARTO NORMAL. Honestamente ficamos espantados mas o “míope”, como sempre crítico, foi clareando e nós espantados. Inicia o texto esclarecendo que “a Justiça Federal determinou a Agenda Nacional de Saúde Suplementar (a já famosa ANS) para adotar medidas visando reduzir o número de cesareanas na área da SAÚDE SUPLEMENTAR” “ o texto é relativamente longo e em consequência se levanta pontos importantes no dia-a-dia do médico OBSTETRA, começando condições de trabalho, a possibilidade de se adotar na rotina as ENFERMEIRAS OBSTETRICAS. Como agora tudo que se escreve e edita no papel vai para a “internet” “o míope” teve até a pachorra de informar e mesmo contra a nossa vontade, vai lá: HTTP//goo.gl/ZbtNhQ”... Acontece que parto normal x cesárea é tema para nós que vem de longe. A nossa formação foi – e isso durante o 4º ano até a residência – total de cinco anos corridos – tirando agora os 48 anos de assistência obstétrica como médico obstetra (inclusive como professor) – e sempre defendendo o que chamamos de “parto transvaginal” ou seja o parto normal que segundo “o míope” foi elaboração do CRIADOR da Eva!..

O tema daria discussão e particularmente já andamos sem vontade de discutir. Uma mulher engravida e ela passa a ser uma gestante. A marcha, durante NOVE MESES dentro da normalidade deverá ser a culminação do PARTO NORMAL ou TRANSVAGINAL. A via vaginal deve ser a preferência e o uso do FORCEPS não deve ser afastado, podendo até ser uma rotina na fase final. Caso seja inviável a via vaginal (e a Obstetrícia é uma das áreas da medicina muito bem documentada) então a CESAREANA deverá ser a última palavra para preservar o conjunto feto materno. A ROTINA – entendemos – deve ser culminação da gestação por via vaginal ou parto normal (gostamos do termo transvaginal) com todos os cuidados que cada momento requer. Achamos que por mais objetiva que seja uma ordenação jurídica lá no pré-parto, noite a dentro, silêncio das madrugadas as ordens judiciais, embora válidas, como no caso abordado, se diluirão...

Noticias não boas a respeito da saúde e educação no Brasil é o que mais circula e não deseja agora abordá-las. Mas se deverá ficar atento porque este é o ANO ELEITORAL, o mais importante por sinal quanto ao objetivo: eleição dos PREFEITOS. E a saúde e educação só serão BOAS de agora em diante via Prefeitura. Se espera que o eleitorado compareça EM MASSA e faça sua escolha com objetivo de se obter bons resultados. Se esperar da esfera federal nos parece perda de tempo pelo menos enquanto a situação dor “dilmista sem rumo” segundo “o míope”. Domingo sem chuva. Opção pela cerveja, moderadamente né?...