Sertão Hoje

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Colunistas

Aurélio Rocha

brumadense, paramiriense e caetiteense, Aurélio Rocha é médico, formado pela UFBA, turma de 1963. É professor Titular de Ginecologia-Obstetrícia da Faculdade de Itajubá-MG

“TONINHO“ E AS MAMAS

Quando se está em pleno ócio, uma atividade que surge é vasculhar gavetas, abrir as pastas, meditar sobre umas e jogar fora outras já que completamente vencidas ainda mais na “época cibernética” como dizem alguns. E então encontramos um rascunho do que seria um artigo para coluna que mesmo com falhas procuramos manter desde 1958. O Dr. Toninho – nascido no Paramirim, filho do casal Antônio Amélia – era um papo do dia-a-dia quando ele fazia a residência em Tocoginecologia e esse já agora provecto e aposentado professor dirigia o Hospital Guilherme Álvaro e era docente na Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Pois bem (assim gosta de falar meu irmão Dr. Zequinha, lá do Caetité) no referido rascunho nós éramos desafiados por Toninho a escrever algo sobre AS MAMAS das mulheres, que despertam ainda hoje curiosidade óbvias... Só agora nos arvoramos a tocar por cima (o tema é vasto) no assunto.

As mamas femininas são de uma importância que atravessaram séculos e continuarão a ocupar espaço. Com certeza, se em Marte houver vida e for sexo feminino as “mamas” dirão presente. Interessante que as duas protuberâncias que são privativas da mulher podem ser chamadas de “mamas, seios, peitos”. Não é fácil se falar ou escrever sobre “mamas” sem se cair na mitologia e recordar que Hera (mulher de Zeus) que não confiava no marido resolveu matar um recém-nascido que ela, Hera, achava que “do pecado”. Ai olhou para o rebento no berço que existia na época e pegou uma serpente colocando no “cesto” (é o que achamos no lugar do berço) para que com sua peçonha matasse aquele rebento. Mas o rebento foi mais esperto e com suas pequenas mãos matou a cobra ou serpente. Quando cresceu era Hercules sem duvida o símbolo da força! Depois do fracasso com a serpente Hera resolveu colocar o já Hercules para nela mamar. E claro a sugada foi tão forte que leite saiu por todos os cantos e um jato subiu de onde surgiu a Via Láctea! É “estória” né?

As mamas das mulheres sempre tiveram em evidência e há histórias longas. A retirada das mamas (mutilação) passa através dos tempos. Então vamos deixar a estória da “Lady Godiva” de lado e vamos direto para Santa Ágata ou seja Santa Águeda... Ágata ou Águeda (santa) foi submetida a um martírio que só em pensar se arrepia. Ela foi colocada num tronco, vestes rasgadas (ficou nua) e as suas mamas foram literalmente (sem anestesia, óbvio) amputadas com utilização de alicates incandescentes... Mas os algozes de então não ficaram satisfeitos com tanta malvadeza (não sabemos qual o pecado da então Ágata) foi o corpo ainda com vida jogado num calabouço (pior que o Caradiru, com certeza). No dia 05 de fevereiro do ano 252 Ágata, que virou Águeda, foi dada como morta. Ai o 05 de fevereiro passou a ser o dia da Santa ÁGUEDA.

Muito ainda se poderia escrever sobre “mamas”. Espero que o Dr. Jorge Araújo pesquise, embora não faça ele a especialidade (mastologia). Estamos velhos. Cultivamos o passado. Só.