Sertão Hoje

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Colunistas

Adalberto Prates

Comerciante, aposentado e estudioso da numerologia, defende a alteração do nome da cidade de BRUMADO PARA MINÁPOLIS. Foi o primeiro a montar uma fábrica de bebidas, em 1958, nesta cidade. Foi o idealizador, o editor e o redator do 1º jornal a circular em Brumado, em 1959.

Biografia do Padre Palmeira

José Luiz Soares Palmeira, conhecido por Padre Palmeira, nasceu no Rio de Janeiro no dia 25 de junho de 1906, filho do Sr. Miguel Soares Palmeira, de família tradicional alagoana, possuidor do Título de Barão de Coruripe. Sua mãe, dona Tereza Soares Palmeira de origem francesa radicada na Aústria.

Iniciou seus estudos na Escola Rural da Fazenda Engenho Prata em São Miguel dos Campos (AL), posteriormente estudou no Seminário de Nossa Senhora da Assunção em Maceió, ordenando-se Sacerdote em nosso estado da Bahia na cidade de Caetité, em 18 de Setembro de 1932, onde teve bom relacionamento com o Jurista Hermes Lima e com o educador Anísio Spínola Teixeira.

Em 1939, mudou-se para Vitória da Conquista onde fundou o primeiro Ginásio daquela cidade conhecido por Ginásio do Padre, tendo sido ele  Diretor e ministrou aulas de português e latim.

Em 1944, fundou o Jornal Conquista e participou da fundação da UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL (UDN) e foi eleito vereador de 1950 a 1954, foi eleito Deputado Estadual pelo Partido Social Trabalhista (PST), pelo qual foi presidente e foi Secretário da Educação da Bahia no governo de Lomanto Júnior. Mas, com o golpe militar de 1964, teve seus direitos políticos cassados.

Foi um poeta crítico de rara inteligência. Com suas críticas, provocava risos até mesmo em velórios e em seus comícios.

Com a morte do fazendeiro conquistense, seu adversário político Deraldo Mendes, os beneficiados pela proteção política daquele senhor, pediram ao conhecido por Ioiô Feio, tio de Deraldo Mendes para assumir a liderança política do seu sobrinho, a bem dos seus eleitores. Mas, ele um camponês, que nada entendia de política, começou a frequentar os comícios dos adversários as escondidas. Certo dia, o Padre Palmeira ao ver o dito Ioiô Feio as escondidas, espiando o seu comício, disse: Ioiô Feio, anda às escondidas espiando os nossos comícios. “Cada vez mais Feio, cada vez menos Ioiô”

Em 1962, no velório da professora Carmosine, no distrito de José Gonçalves, terra do seu adversário político Jesus Gomes dos Santos, encontrava-se toda elite política, entre eles José Pedral, seus aliados, Padre Palmeira, William França e outros. Em gozação, William perguntou ao Padre Palmeira: Padre, o senhor está contra ou a favor de Jesus? Ele sorriu, olhou para José Pedral, e respondeu: Eu estou com o pai, José.

Em toda sua história, a mais crítica foi a troca de bilhetes com o Dr. Edvaldo Flores, seu adversário político, então Prefeito de Vitória da Conquista, em 1950.

À Praça Sá Barreto, onde localizava-se o conhecido Ginásio do Padre, com as constantes chuvas, existia muitas valas e buracos e, ali caiu um jumento e morreu. Ao exalar maus cheiros insuportáveis a incomodar os alunos daquele Educandário, tendo como diretor, o dito Padre Palmeira, coube a ele comunicar ao Dr. Edvaldo Flores, então prefeito daquela cidade, com o seguinte bilhete.

Senhor Prefeito:

Estamos comunicando a V. Ex.ª, que na Praça Sá Barreto, encontra-se um ser morto que está exalando mau cheiro, causando transtornos aos meus queridos alunos. É dever do poder público a sepultar os seus mortos.

Respondeu-lhe o Prefeito:

O referido morto ainda não foi enterrado ou cremado, porque estamos esperando que o zeloso Sacerdote celebre a missa de corpo presente.

Replicou o Padre:

A missa não foi celebrada porque este Sacerdote não recebeu autorização de V. Ex.ª, que é o ente querido mais próximo do referido morto.

No período em que o dito Reverendo teve afastado da política, atuou como Sacerdote nas paróquias da Vitória, São Pedro e Organização Fraternal São José, na capital do estado da Bahia, onde faleceu no dia 29 de dezembro de 1988.