Sertão Hoje

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Adalberto Prates

Comerciante, aposentado e estudioso da numerologia, defende a alteração do nome da cidade de BRUMADO PARA MINÁPOLIS. Foi o primeiro a montar uma fábrica de bebidas, em 1958, nesta cidade. Foi o idealizador, o editor e o redator do 1º jornal a circular em Brumado, em 1959.

BIOGRAFIA DE GUILHERMINO GOMES PRATES

Meu inesquecível pai! De quem tenho longa história do seu passado. Filho de Hermano da Cruz Prates e de Maria Gomes Barbosa de Castro. Nasceu no dia 27de junho de 1892 na cidade de Mucugê-BA.

De origem nobre holandesa que na pessoa de Jácome Van Praet deslocou-se da Holanda e fixou residência em Portugal passando para gerações o sobrenome na forma portuguesa de Prates. Assim, Antônio Prates, que veio ser Secretário Geral da Junta dos Três Estados, Juiz do Tribunal do Santo Ofício, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Senhor de Póvoa de Santo Adrião, criou o novo Brasão da família Prates, desprezando o Brasão anterior.

Para início de sua história, aos 19 anos de idade cursava nível superior no Colégio dos Órfãos de São Joaquim na Avenida Frederico Pontes, em Salvador-BA., época em que abandonou seus estudos retornando-se para sua cidade natal no interior. Desse fato só tive conhecimento em 1963 através de uma crítica feita a ele pelo seu irmão Agenor Gomes Prates que morava no Rio de Janeiro, quando em uma visita a nós, cujo encontro entre irmãos, se deu em minha residência à Rua Marechal Deodoro da Fonseca, nº 236, nesta cidade de Brumado-BA., momento em que o seu irmão lhe dava o tratamento de Gula.

Disse o seu irmão Agenor em tom humorístico: O Gula fugiu do colégio da capital, certamente pelo seu apego as noitadas festivas a dançar tangos e valsas ao som do violão, esquentado pelas doses de conhaque.

Depois fiquei sabendo, que ele tinha como principal companheiro, o seu cunhado Cazuzinha Miranda que sempre ensinava que o alimento é de muita importância, quando bem mastigado. O que o próprio não fazia. Cazuzinha comia sempre apressado, e ao levantar-se da mesa, ele como bom companheiro, também levantava-se deixando toda sua comida no prato. Até que um dia lhe chamou atenção:  Ô Cazuzinha, você de tanto falar que o alimento é de muita importância quando bem mastigado, mas, você não mastiga. De Vapt vupt você senta come e levanta e eu como bom companheiro, também me levanto, deixando na mesa o meu prato pronto e feito para comer. “Eu estou passando fome.”.

Apesar da crítica sofrida pela sua fuga escolar, não permaneceu em sua cidade natal. Deslocou-se dali para Caraibuna do município de Contendas do Sincorá-BA., com o comércio de secos e molhados.

Como era de comprovada inteligência, o poder Judiciário lhe credenciou poderes de Juiz Distrital para exercer essa função no Distrito de Laços da Comarca de Ituaçu-BA. Lá conheceu a jovem Corina Amélia da Silva aos seus 17 anos de idade e com ela casou-se no dia 20 de Janeiro de 1918 na Igreja Matriz daquele Distrito.

Dessa união nasceram 8 filhos: Agenor, Maria de Lourdes, Sebastião, “eu Adalberto”, Armando, Leonor, Elza e Mário. “Leonor faleceu em 1942 vítima de pneumonia”.

O casal conviveu unido durante longos 48 anos e 4 meses, separando-se pela morte. Ele no dia 12 de maio de 1966 e a minha lembrada mãe, no dia 30 de janeiro de 1971.

Eis aí, uma fotocópia do ato em que ele celebrou o enlace matrimonial de Manoel Joaquim de Souza com Isaura Gama da Silva, do dia 17 de setembro de 1940.

Lembro-me muito do meu pai! De quem tive muito o que aprender. E dele lembro-me bem quando me disse que na sua terceira infância passava temporadas com o seu Tio José Gomes Barbosa de Castro, o 1º Escrivão do Registro Civil do Distrito de São Pedro, atual Aracatu que pertencia a Comarca de Bom Jesus dos Meiras, hoje Brumado-BA.

Ele, Juiz Distrital na época, o seu tio veio a falecer acometido de um infarto fulminante no dia 04 de julho de 1929, as 10 horas em uma audiência em que celebrava os casamentos de Josias José de Amorim com Senhorinha de Souza Lima e de Antônio Francisco Pereira com Isaura de Souza Lima. Ao escrever o nome de Relequias José de Lima, pai das respectivas noivas, para uma triste lembrança, ficou apenas um risco ilegível no livro deixado pela caneta desgovernada pela morte do seu tio José Gomes Barbosa de Castro. Este lamentável acontecimento, será lido detalhadamente no livro em que estou escrevendo, “Lembranças da Família Prates no Brasil”.